no tempo do terceiro andar da estrela andava-se mais triste mas sorria-se mais vezes
e um mar de antenas a cobrir os céus mas debaixo dos teus olhos
no tempo do terceiro andar da estrela podia fotografar-me de vários ângulos geográficos
ora os pés pousados nas grades da varanda do quarto
a rematar a cúpula lá para os lados de leonardoora um dedo a empurrar o cristo para dentro do maracanã
e ainda pelas américas
a óbvia santidade de francisco
lá por baixo uma visão de beco parisiensetudo isto enfiado no alto dos meus olhos do terceiro andar da estrela
a cidade vivia-me mas era no mundo que eu morava
há muito me vim embora
fiz as mudanças de eléctrico
ainda guardo comigo as fotografias mas nunca olho para elas
a cidade dorme-me
faltam-me as escadas de incêndio
ainda guardo comigo as fotografias mas nunca olho para elas
a cidade dorme-me
faltam-me as escadas de incêndio