quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

silencio





esta urgência
cette urgence
this urgency
diese Dringlichkeit
эта срочность
quest'urgenza
αυτή η επείγουσα ανάγκη








(Bring it back Sing it back Bring it back Sing it back to me)


terça-feira, 16 de dezembro de 2008

o plano imanente da confusão recipiente, abalado pelo tropeçar da lista das compras. um dos meus infinitos braços comeu o próprio fígado e arrotou um canário rosa choque. antes isso do que um sino de igreja ou um bacalhau. ou uma caixa de costura. justos crimes de guerra. instinto menos fatal do que fatalista, correcção linguística, disjunção molecular. as vírgulas pertencem ao entendimento obscuro do porvir. kit do it yourself da presunção sintáctica. previsão fantasmática. já esqueci e retornei por dois tempos, que irrompa o entendimento antes do quarto. ou da sala. uma varanda apenas, com vista, com vida, con-vite. (Pede tudo, menos a pressa.) é que a dor adora passar por cá, devagarinho. também a sede. fogo fátuo nem sempre incandescente. imanescente. florescente. a bicicleta perdeu-se no campo de trigo, e a cartola voou de um coelho: os primeiros sintomas são epidérmicos miller bem o sabia e alguém não o admitiria. às costas, só o casaco. na mão, as linhas. os bolsos de novo vazios.

domingo, 7 de dezembro de 2008

o cheiro a baunilha no cabelo só existe ainda porque a única coisa de que sente saudades é do verão.
o roxo pode ter subido às paredes, mas esse sempre foi dela. o vermelho sempre foi dela. e o azul... o azul dói um pedaço, nas angústias de uma enfermaria que não lhe pertenceu, por obra não do destino, mas de alguém que lhe quis melhor. o melhor, dos melhores possíveis. sem pragas. sem sonolências. sem rancores arremessados às escuras só porque não querem saber a sua verdadeira morada. pelos vistos, este apartamento continua alugado à afortunada solidão. é um presbitério sufocado e delirante, mas ainda assim é o meu, e o único que tenho. e daqui, deste pouso que de novo não encontra o sono da vida, mas sim o sono do mundo, me lanço às feras com a quase totalidade da companhia desejada atrás. e não, desta vez não estou na segunda fila para que se a morrer, morram primeiro os soldados rasos e eu fique cá a governar o resto das tropas. a batalha é minha, por sorte ainda arranjo exército para me acompanhar. a eles brindo nesta noite de palavras que descansam. ao meu lado, ainda vaga um espaço, que não pretendo ver preenchido a toque de caixa, mas sim a sopro da tarana que um dia me mostrou o que eu não era.
Não é necessário saíres de tua casa. Continua à mesa, ouve.
Não ouças sequer, espera simplesmente.
Não esperes, sê absolutamente solitário, absolutamente silencioso.
Acredita que o mundo se irá oferecer para se desmascarar, não pode agir de outra forma; sob o teu encanto, desenrolará os seus anéis a teus pés.


(Franz Kafka)