(...)
linha de fuga que perde o concreto
-não encontro o complemento indirecto nem o artigo definido-
mas aguardo as reticências
gosto de atrasar conclusões e de prolongar os silêncios
e a paranóia entra sem bater
senta-se no sofá da sala em silêncio e espera sem olhar para o relógio
(sinopse abrupta de uma narrativa interminável)
psicose estética, sublimação asséptica
os meus devaneios de criança cozinhados em lume brando
-correntes de menoridade mental-
esta civilização cresce oca
mandata a liberdade
coroa a insanidade
senta-se no jardim a ouvir o relato do jogo da guerra
e volta para casa a pensar na morte da bezerra da vizinha
tão serenos, tão obtusos
impassíveis nas vossas jaulas de cristal
na vossa modorra sensorial
-alento desaustinado-
prefiro o caos à vossa disciplina enfileirada
Prefiro o meu Coelho Branco, ainda que chegue sempre atrasado.
(2002)
segunda-feira, 30 de março de 2009
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