sexta-feira, 29 de maio de 2009

recado deontológico

a voz das tias. voz da ana ainda.

o tom que espere, e que bata palminhas.

que a voz dela espera apenas a tua.

(queres mesmo desafinar a par, ó mar de ontem das noites de amanhã? a praia lá está. ainda. é que o melhor da espera é o conseguir ser musical. carnal, portanto. ou cabal. what else?... um bocadinho mais quer dizer precisamente isso.)

as aulas já ficaram para trás, meu Amor. há uma certa esquina que não nos volta a encontrar, e eu só te encontro a desafinar. e para bem dos meus pecados, de vez em quando, resta esta afonia. que palavra não te encerra. não me leva. nem nos cega.

(oxalá.)

o meu cavalo sempre foi alvo, e sempre foi branco. se o teu variou...



verdade é que ainda cá estou.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

She gambles.


but...


Who wins?...

sábado, 16 de maio de 2009

"...from a different angle, under a different light, so we can hopefully kinda see it almost for the first time..."

(jmk)

segunda-feira, 11 de maio de 2009

não, não, sem sustos.
ofélia já me morreu, é preciso mudar de capítulo

jazem aqui ainda os despojos de outras guerras
mas convento já se ergueu
e o sarcasmo não matou

ferra-me apenas se te parecer descrente
e com cuidado



é bom sermos gelo em mão quente
a pingar sobre a relva

quarta-feira, 6 de maio de 2009

E agora, ao lado de numerosas lições de modéstia gravadas na vossa memória pelo vosso pai, inscrevei ainda esta máxima: que só o tempo revela o que vale um grupo de desconhecidos, todas as línguas estão sempre prontas a dizer mal dos estrangeiros e facilmente se inclinam a sujá-las com insinuações. Por isso peço que não me cubram de vergonha com essa beleza que sobre vós chama o olhar dos homens.
Não é fácil olhar o tenro fruto maduro: todos querem meter-lhe o dente, homens e animais, bem no sabeis, os monstros que voam e os monstros que andam sobre o solo. Cypris proclama a atracção dos corpos cheios de sumo. Todos os homens que passam pelas virgens de formas delicadas lhes volvem olhares de encantamento, vencidos no amor. Sabendo isso, guardai-vos de sofrer ofensas que até aqui só conseguistes evitar à custa de fadigas sem conto e lavrando com a quilha do nosso barco grande extensão de mar; não vamos agora cometer erros, que seriam a nossa vergonha e uma alegria para os nossos inimigos. Mas segui os conselhos do vosso pai: tende em mais alta conta a modéstia do que a vida.



Ésquilo, As Suplicantes

segunda-feira, 4 de maio de 2009

poema de quem não procura a rima e a encontra sempre

Sempre
mais tarde e um pouco mais longe

um pouco mais, algo mais, em torno, um contorno
sempre sempre sempre
morno

aliterações consumadas
no tempo futuro de um depois sempre ausente

e as mãos que não podiam ver
não podiam curar
porque isto nunca se tratou de um converter

o depois há-de trazer, wittgensteinianamente

o velho pois
nele contido desde o primeiríssimo verso

e sendo que a primavera chegou mais cedo








será que o verão nos encontra a tempo certo?

sábado, 2 de maio de 2009

a palavra, a tal, escondida no fundo da arca velha:

Acreditar.