quinta-feira, 2 de julho de 2009

auto-retrato III, versão narrativa

porque ela gosta mesmo é de flirtar com o padeiro, que tem bom timbre e nome francês. e de passar a grande avenida da nossa pequena república a 180 km/h. estranhamente, também gosta quando uma desconhecida, gira por sinal, lhe escreve love no pulso, que ela gosta mesmo muito de ver sempre magro. o que ela gosta é de ouvir só a guitarra, quando soa ao mar. e de dar trincas nos ombros dos amigos que são aquela família longíncua mas sempre perto, enquanto morde uma raivazinha escondida que não sabe muito bem de onde vem, mas que sabe que é tremendamente vermelha, e do lado oposto. o que ela gosta mesmo é de ter saudades da irmã , e de gostar mais de quando ela está por perto. de desafinar, porque algo lhe diz que isso não é o mais fácil. e de esticar a corda, mais do que saltar à corda. o que ela gosta mesmo é de enumerar o que não suporta.
ou então.
o que ela gosta mesmo, acima de tudo, é sentir que chegou a casa.

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