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Foi uma raposa do século XX
Uma lady na mesa
Uma devota na ópera
Um fantasma na sacristia
Juncos no fundo do rio
E eu rio, senhores,
Eu rio,
É dos calafrios.
Calados os frios.
Estancados
Pelos copos entornados
Corpos escancarados
Torrentes de anis
Anaïs
Uma fogueira, numa clareira
É uma lareira
Freira, sim, e com tormento
Tudo pelo alento, pelo castro
Em suma,
Pelo mastro
A irromper pelo convento
Matreira, sim, também, sempre,
O diabo a quanto obriga
A mulher que é a serpente
Auxilia,
Arrepia
Anemia.
Naná chora as camélias
Desconversam-se as ofélias
Algo morno,
Algo em torno,
A paralisia do masculino na catástrofe verborreica
Todas unidas na hecatombe emocional,
Transverso sensorial,
Amor ocasional.
Tanto como,
Entorpecido o caminho para casa,
Encontrar um sapato de cristal na calçada
Que esfarelamos como a memória pelo esquecimento
Que esfarelamos com a memória
Pelo (para o) esquecimento
Mágoas leva-as o vento,
Ou a estrada,
Ou a água.
Fia, Sophia,
Que o teu sonho ainda cá mora
Teresas vão e voltam e te aguardam à nossa porta
É que certos arremessos não arredam de alma torta
Nem náusea, nem peste, nem jaula
Quanto falta para acabar a aula?
Ofélia é morta.
Penélope já só suspira de tédio,
Safo tirou medicina,
É doutora em priapismo
E Medeia enveredou pelos caminhos do stand-up
Paga as contas e os vícios e os sapatos
Tudo, para compensar os gastos
Joana empunha o arco
Vanessa corre pelo asfalto
Em busca talvez do amor de Alcoforado
Britney convertida aos despachos da alcova
Salve-se, Sade se puder,
Salve-nos Sade, se conseguir
De um amor que nos querem prender
assim que suspiramos mais alto
E Nina chora e chora e chora
Chora, Nina, pelos estragos
Que homem te soube criar
Mas não te soube suster.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
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