a mim, é sempre o piano que dói
nos meus braços o correr do preto no branco
ritmo marcado a força de dedos lassos
chamemos-lhe um brilho baço
geometria do estilhaço
em sebenta colorida
e o tal cansaço
contraponto de uma síntese mais do que sabida
atordoado
desafinado
e ainda que por vezes descalço
(sempre o desejo do pé descalço)
gelado
enregelado
a voz
o escape
da poluição entranhada
(bílis desclausurada)
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
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