aqui não se querem companheiros
lutamos apenas pelos cúmplices
reciproca-se a idade como se de um sentimento se tratasse
como se fosse ela que pelo instinto falasse
ora um gracejo
ora uma falácia
nunca tentes que um bocejo rime com a tua audácia
meras eras
quimeras, quiseras
é por turvo encosto que se te abaula a face
mas nunca é pelo punho que o amor nos nasce
quem deras
esperas, kunderas
o meu espaço há-de rimar sempre com esferas
com as feras, pois, e com o cansaço
há um laço entre o estar e o estar como o aço
a prata o ouro o estilhaço
queira eu
quem dera
quem me deras
a quem deras
a quem eras
por quem te esmeras
e com quem faço
isso das esperas e dos fracassos e do mais do que estar aço ser ferro
respira agora a minha vida dentro da tua demora
será sempre edipiana a cumplicidade que contar a história
e a mediana vai ser sempre transitória
por isso pois então porque não por que não
diz-me onde moras
dir-te-ei quem fui
onde estás? onde és? onde me és?
onde te dói?
por quem te esperas?
diz-me quem queres ser
e eu trago-te a morar comigo
sei ser paráfrase e sei ser abrigo
já deixei para trás o crime e o castigo
a janela e o postigo
sê-me varanda
que eu te seja varanda
sejamos varanda
sem muro, sem gradeamento
e pintemos a nossa vista
prometo todas as noites rezar para que não nos estatelemos em chão i-mundo
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