quarta-feira, 17 de novembro de 2010

aqui não se querem companheiros

lutamos apenas pelos cúmplices


reciproca-se a idade como se de um sentimento se tratasse
como se fosse ela que pelo instinto falasse

ora um gracejo
ora uma falácia

nunca tentes que um bocejo rime com a tua audácia

meras eras
quimeras, quiseras
é por turvo encosto que se te abaula a face
mas nunca é pelo punho que o amor nos nasce

quem deras
esperas, kunderas
o meu espaço há-de rimar sempre com esferas
com as feras, pois, e com o cansaço

há um laço entre o estar e o estar como o aço

a prata o ouro o estilhaço

queira eu
quem dera
quem me deras
a quem deras
a quem eras

por quem te esmeras
e com quem faço

isso das esperas e dos fracassos e do mais do que estar aço ser ferro


respira agora a minha vida dentro da tua demora
será sempre edipiana a cumplicidade que contar a história

e a mediana vai ser sempre transitória


por isso pois então porque não por que não

diz-me onde moras


dir-te-ei quem fui



onde estás? onde és? onde me és?

onde te dói?





por quem te esperas?


diz-me quem queres ser
e eu trago-te a morar comigo

sei ser paráfrase e sei ser abrigo

já deixei para trás o crime e o castigo


a janela e o postigo





sê-me varanda

que eu te seja varanda


sejamos varanda


sem muro, sem gradeamento





e pintemos a nossa vista







prometo todas as noites rezar para que não nos estatelemos em chão i-mundo

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