onde me escondeste os versos, fado velho?
onde pousaste as minhas rimas?
essas cores com que te insinuas
quase me fazem crer que a luz sufoca
não não não
há que ser mais virtuoso
(e mais uma vez tento impedir a rima de me trazer o esposo,
e como nunca o consigo disso vou fazendo gozo)
mas diz-me lá afinal onde me estancaste a fala?
e onde me esfolaste estes dedos que já não conseguem iludir as cordas?
apagou-se a luz
talvez se tenha apagado a luz
a luz está apagada
ainda respiro
sim ainda
a luz apagada
é cá dentro ou lá fora?
não vejo nada
será costume sonhar com o nada?
mas este breu afinal
é cá dentro?
principalmente te pergunto
é cá de dentro?
ou de lá de fora?
respiro
contudo
ainda
sem resposta
ainda
respiro ainda
mas pela minha carne
e não pelos teus olhos
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